sábado, julho 28, 2007

Awakening - Parte II



"Contos de fada são inteiramente verdadeiros. Não por nos dizer que dragões existem, mas por dizer que eles podem ser vencidos."


Sempre me disseram que conhecimento é poder. E agora eu posso entender o porquê.

Sempre me disseram, também, que a ignorância é uma bênção. E graças a tudo o que me ocorreu, eu também posso entender o porquê.

Já não estava mais no hospital, nem no prédio. O lugar me era completamente diferente agora. Um vento seco cortava o meu rosto, e uma paisagem desértica abria-se diante dos meus olhos. Decadente é o melhor termo, na verdade. Ruínas de prédios, carcaças de carros... o lugar cheirava a ferrugem, a decadência. A medo.

Comecei a andar, embora não fizesse idéia de para onde eu estava indo. O lugar parecia deserto, mas algo dentro de mim dizia que não. E que na verdade eu não gostaria de encontrar quem realmente habitava. Mas aquela não era uma escolha minha.

Crack.

Olhei para trás, a tempo de perceber uma movimentação atrás de uma carcaça metálica. Havia alguém além de mim, sem dúvida. E por mais que eu quisesse saber quem era, ou onde estava, tinha certeza de que aquele ser não era o mais indicado para eu pedir informações. Apressei o passo, e não demorou muito para que eu me visse correndo no meio de tudo aquilo.

Arrisquei virar o rosto, somente para ter mais vontade de correr. Criaturas retorcidas, com dentes afiados e amarelados me perseguiam. Cada vez que se movimentavam seus ossos pareciam estalar, como se desacostumados à atividade. Não falavam – mas emitiam barulhos, que mais pareciam ter saído de uma garganta à qual faltavam cordas vocais. Os sons eram vários – minhas botas no cascalho, metal retorcido... Com esforço pude distinguir

- Viivaa... ela está.... vivaa...

Diferente de mim, aquelas coisas não pareciam se cansar. Sentia meu peito arquejar, a respiração faltava, e eu não sabia por quanto tempo mais aguentaria. Os barulhos se aproximavam, assim como o cheiro de enxofre que exalavam. Minhas pernas doíam, e o vento forte fazia minha cabeça rodar. Se o inferno existe, definitivamente deve se parecer com aquele lugar.

Mal percebi quando comecei a pisar em algo aquoso. Água, ali? Não havia lugar diferente para onde ir, então continuei. As criaturas pararam, mas ficaram cercando a margem. Às vezes tentavam avançar, mas não tocavam a água. Havia, aparentemente, alguma vantagem em estar viva naquele lugar.

Percebi então que era um rio, cuja foz se estendia longamente a perder de vista. Uma névoa densa limitava a visão, de modo que só conseguia ver, de fato, até umas dezenas de metros de distância. E uma sombra, mais escura que a névoa, se aproximava lentamente de mim. Por instinto recuei alguns passos, mas o cheiro de enxofre atrás de mim lembrou-me de que estava encurralada.

Conforme a sombra se aproximava, percebi uma silhueta de alguém em um barco. Carregava uma longa vara, com a qual guiava o barco simples, de madeira, sem adornos. Trajava um longo manto com capuz, e a única coisa que ficava à mostra era seus dedos pálidos, e seus cabelos enegrecidos, de aparência úmida.

- Uma moeda.

Caronte, o barqueiro do rio Aqueronte. Lembrei-me da ilustração de Gustave Doré, que havia feito para a Divina Comédia, de Dante. Segundo a lenda, ele levava a alma dos mortos pelo afluente do Estígia, dirigindo-os para o Inferno. Os antigos tinham o costume de cremar os corpos com uma moeda embaixo da língua, para que eles pudessem fazer a passagem pelo rio. O Detalhe era: eu não estava morta. Nem tampouco tinha um óbulo comigo. Ou será que, de fato, eu havia morrido? Olhei para trás e as criaturas continuavam ali, à espreita, apenas esperando um deslize.

- Mas... eu não tenho nada aqui.

- Sua alma.

Um vento frio roubou-me o fôlego. Minha alma? Eu não tinha muitas opções, no entanto. Voltei o rosto para a margem, e as criaturas continuavam ali. O cheiro de enxofre chegava até mim, suas vozes disformes e seu hálito exageradamente quente.

- A troco de quê? – falei, enquanto recuava lentamente na direção da margem. Se eu estava morta de fato, não importava muito para quem a minha alma fosse.

- Conhecimento. Sobre você. Sobre o que você é. E o que você pode fazer.

Sem pensar duas vezes, subi no barco. E a embarcação seguia, sem remos, pelo rio.

Parte 1: aqui.

E claro que seres mitológicos podem aparecer no conto que você vai escrever pro nosso concurso. O que está esperando? Veja os detalhes aqui.

terça-feira, julho 10, 2007

Motivos pelos quais não escrevi pro blog, parte 2 - By another girl





Eu brinco de pular fogueiras. Antes eu tinha medo de me queimar por ter as pernas curtas, mas a cada dia vejo o quão alto eu consigo pular.




:: Tive uma crise existencial que durou todo o mês de junho, coisa chata que consumiu minha energia, minha vontade de escrever, minha vontade de malhar, minha vontade de fazer as mil coisas que sempre faço.

:: Tive problemas com algumas pessoas, com algumas coisas, com alguns sentimentos, com algumas fotos, com alguns telefones, com algumas roupas, com alguns animais, com alguns minerais...com tudo tive problemas em junho. Imaginei até que tinha nascido em julho, pois meu inferno astral definitivamente estava ocorrendo até então.

:: Fiz amizades novas, reestabeleci contato com amigos muito queridos, ampliei meus horizontes, dei assistência à pessoas muito amadas, fiz coisas diferentes que nunca tinha tido oportunidade de fazer, estou cuidando muito bem de mim agora, estou com mil idéias profissionais, além das fúteis de sempre. [ isso se você considera futilidade momentos de diversão, sorrisos, loucurinhas e afins].

:: Recomecei a pegar pesado na combinação academia e dieta saudável, a primeira ocupa metade das minhas manhãs, a segunda está sendo levada da melhor forma pelo resto do dia. [ou você acha que não consome tempo fazer uma linda salada para almoçar com um franguinho grelhado no lugar de pegar aquela pizza pronta e colocar 5min no microondas?].

:: Tive que ir ao médico cirurgião [não se assustem] para marcar a intervenção que ajeitará os furos das minha orelhas...é isso que dá usar brinco pesado desde os 13 anos...

:: Tive dengue. [isso é auto-explicativo e consumiu uma semana minha].

:: Viajei e passei meia semana em Recife. [aniver do namorado].

:: Minha inspiração, como a de Fernanda, também tirou férias...acho que foram férias coletivas então.

:: E não...não fui abduzida por aliens, mas assisti alguns filmes de terror ultimamente [coisa rara para mim] e estou até ficando mais corajosa. Acho que estou pronta para enfrentar os aliens.



Você não tem desculpa nenhuma para não participar do nosso fantástico concurso. Clique aqui, confira as regras e concorra a um dos nossos prêmios fabulosos. =)

quarta-feira, julho 04, 2007

Novo e-mail




Fumaça de fogueira sucks. ¬¬



Fui obrigada pela Microsoft a abrir uma nova conta de e-mail, pois o MSN Live me fez o favor de não abrir meu e-mail do gmail. Isso só na minha casa, claro, na casa dos outros funcionava normalmente.

Depois de mexer, catucar e futucar em tudo, apelar pra macumba, reza braba e pedir por favor educadamente (e grosseiramente, mais tarde), desisti e resolvi abrir uma conta no hotmail. Menos dor de cabeça, né?

Apesar dos pesares, logo de início teve uma vantagem: pude "filtrar" os contatos. Sabe quando você olha praquela sua lista enorme que tem uns 5 e-mails diferentes da mesma pessoa, gente que nem se sabe de onde surgiu e um povo com o qual vc não tem contato algum e sente a preguiça do mundo todo de sair excluindo? Uma nova conta de e-mail faz isso por você.

Para início de conversa, eu não adicionei ninguém. Dei meu e-mail novo e expliquei a situação para que os outros me adicionassem. Assim, já evitei ter vários e-mails diferentes da mesma pessoa e ter gente na lista que não faz nem sentido que esteja lá. E quem também não sabe porque você dá as caras no Msn se nem te conhece ou não fala contigo há 5 anos não te adiciona, uma pessoa a menos na lista de contatos interminável e, por vezes, inútil.

Mas o melhor de tudo é abrir a caixa de entrada. 5 ou 6 e-mails recebidos, um ou outro novo, zero spans. Não que não goste de receber e-maisl, muito pelo contrário! Mas gosto de receber e-mails de amigos, não de sites, empresas, avisos...

Enfim, agora tenho mais uma conta de e-mail para olhar. Conta essa que entro uma vez por semana e me dou por satisfeita de ver uma mensagem perdida, nada de e-mails repetidos que já vi em outras contas e não tenho trabalho nenhum para deletar spans, já que eles não existem.