sábado, março 31, 2007

A Batalha das Termópilas



"Pra sempre é pra sempre."




Aparentemente todo mundo nesse blog saiu empolgado com "300 de Esparta". Allana já fez uma resenha, inclusive. Não que vocês escapem de uma segunda, dessa vez escrita por mim. No entanto, como tenho sérias intenções de ver o filme de novo para submetê-lo à maior analise e ir atrás das resenhas e do "cri-cri"que o Irã fez, pra poder fazer algo diferente do texto anterior, deixarei isso para amanhã.

Hoje, de besta e metida (e metida a besta) que sou, vou falar algo sobre a Batalha das Termópilas enquanto assisto aula de webprogramação na SOS Computadores.

Não que vá fazer diferença alguma no texto o fato de eu estar assistindo aula, ele apenas vai demorar mais pra ficar pronto.

Ou talvez faça diferença. Pote bater uma loucura em mim e eu resolver registrar algo aqui. Enfim... deixa eu começar logo com isso.

A Batalha das Termópilas também é conhecida como II Guerra Médica (ou Medo-Pérsica), que ocorreu entre a Pérsia de Xerxes e os helenos. A primeira ocorreu quando Dário, pai de Xerxes estava no poder. Ele iniciou uma missão diplomática, exigindo que as Cidades-Estado da Hélade se submetessem ao seu poder e só duas delas cederam e enviaram amostras de água e terra, como sinal de submissão: Macedônia e Tessália.

Se as cidades gregas não se renderiam por bem, então Dário faria com que se rendessem por mal. O imperador (sim, porque a Pérsia, a essa altura, tinha o mais vasto império do qual se tinha notícia até então) desembarca em Maratona, crente que ia dominar a Grécia agora e... é derrotado pelos exércitos combinados de hoplitas, atenienses e plateenses. E sem Esparta nem se meter no meio, pois alegou "motivos religiosos" e os melhores guerreiros helenicos ficaram em casa.

Guerras Médicas: Hélade 1 vs. 0 Pérsia

Xerxes sobe ao trono, em 485 a.C., e o gostinho da derrota nunca abandonou sua boca (apesar de ter sido uma derrota de seu pai). Fomentado por Mardônio, o supremo comandante dos exércitos, o desejo de vingança de Xerxes crescia cada vez mais. Só que ele não era besta nem nada, então começou a organizar tudo nos mais ínfimos detalhes.

As Cidades-Estado gregas (ou helênicas, whatever), que notaram a organização minuciosa do rei persa, deixaram suas divergências de lado e trataram de se organizar. Reuniram-se na conferência pan-helênica, no Istmo de Corinto. Apenar Argos não compareceu, porque tinha birra boba de criança buxuda com Esparta, além de colônias mais afastadas, provavelmente por acharem que não tinham nada com aquilo. Não estavam ameaçadas geograficamente, estavam longe pra dedéu (gírias antigas ruleiam - de vez em quando) e não se achavam militarmente preparadas. Enfim, sabe aquele ditado "muito ajuda quem não atrapalha"? Eles achavam legal e estavam seguindo-o.

Argos foi acusada de medismo, ou simpatizante dos Medos, que era como os gregos classificavam os persas e os povos que eles haviam conquistado.

O comando da liga formada pelos helenos (gregos) foi atribuída à Leônidas, rei de Esparta, potência na época; afinal era a cidade mais militarizada, desde bebês os homens eram condicionados a guerra. Eles Jám nasciam soldados, praticamente.

Começa então a II Guerra Médica, a Batalha das Termópilas, aquela dos 300 espartanos. Ao todo, foram 7.500 homens defendendo a Grécia. Quer números? Quer detalhes? Ok, a Wikipédia é capaz de nos fornecer isso:

"
Heródoto enumera, do lado grego, trezentos Espartanos, quinhentos hoplitas de Tegeia e outros quinhentos de Mantineia, cento e vinte de Orcómeno, mil da Arcádia, quatrocentos de Corinto, duzentos de Pilos e oitenta de Micenas (prefazendo estes o contingente do Peloponeso, num total de 3 100 homens); setecentos de Téspias, quatrocentos de Tebas, mil homens da Fócida, e ainda um número desconhecido (mas elevado) de Lócridos Opuntianos. Portanto, no mínimo, cinco mil e duzentos homens. É provável que a este número devamos acrescentar ainda os soldados auxiliares (muitas vezes não mencionados), o que levaria, segundo os especialistas, a fazer aumentar este contingente para cerca de 7 500 homens (ou, no máximo, 10 mil)."

Bom, é mais provável que Heródoto não seja confiável, porque ele só tinha 4 anos quando a batalha aconteceu e ele é meio exagerado.

Durante 4 dias, naquele terreno inóspito, Xerxes esperou que os gregos atacassem primeiro, mas como eles não demonstraram a mínima intenção de tomar a iniciativa, o próprio começou a batalha, enviando seus homens armados apenas com um escudo pequeno e lanças. Foram rechaçados pelos gregos.

Xerxes 0 vs. 1 Leônidas

Xerxes mandou que seus arqueiros atacassem (e uma das frases mais marcantes do filme, "Then we will fight in the shade", foi realmente proferida) e os gregos se protegeram com seus longos escudos. Nesse contexto, segundo Plutarco, a seguinte frase foi proferida por Leônidas: "Melhor, pois se os Medos taparem o Sol, combateremos à sombra". Heródoto diz que a frase é de um tal de Diecenes, um dos mais bravos guerreiros espartanos.

Xerxes 0 vs. 2 Leônidas (se bem que a frase deveria conferir mais um ponto)

Xerxes prometeu, ameaçou, ofertou e os gregos não cederam. Não tendo mais meios de evitar outras disputas, enviou seus 10.000 Imortais, comandados por Hidarnes. Os Imortais eram a elite do exército persa. Tinham esse nome devido ao fato de, assim que um guerreiro caia, era imediatamente substituido, mantendo a constante de 10.000 soldados.

Nem esses guerreiros conseguiram mover os gregos de suas posições e, nesse embate, Xerxes viu um de seus irmãos morrer.

Xerxes 0 vs. 3 Leônidas

Assim foi até o sexto dia, quando Xerxes ainda tentou enviar soldados para combater os gregos à noite, torcendo para que esses estivessem cansados (e foi derrotado mais uma vez)

Xerxes 0 vs. 4 Leônidas.

Nesse tempo, aparece Efialtes no acampamento persa. Efialtes cobre o rei de elogios e bajulações, chamando-o de Rei dos Reis, esperando obter alguma recompensa por mostrar um outro caminho pelo qual Xerxes poderia derrotar os gregos.

Havia um estreito que levaria direto para a retaguarda dos gregos, guardado pelos Fócios. Efialtes mostrou esse caminho e os Imortais seguiram por ele durante a noite. Os fócios não notaram a presença do exército até que era tarde demais. Os gregos estavam ameaçados.

Efialtes jamais recebeu sua recompensa e teve sua cabeça colocada à prêmio, pra deixar de ser besta.

Xerxes 1 vs. 4 Leônidas vs. -1 Efialtes

Leônidas dispensou o resto do exército grego, para que eles pudessem defender o resto do território e ficou ali, nas Termópilas, com seus 300 homens. Ele provavelmente não teve muito tempo para pensar na glória que alcançaria, apesar de ser esse seu objetivo, que ele definitivamente atingiu.

Nesse último ataque dos bárbaros (ou medos; ou persas), os Helenos (ou melhor, os Espartanos) enfrentaram seu inimigo com espadas, numa luta corpo-a-corpo; a morte mais honrada que um espartano poderia pedir.

No fim da batalha, Xerxes mandou que procurassem o corpo de Leônidas. Decaptou-o e empalou sua cabeça. Por esse feito, Leônidas perseguiu Xerxes durante toda a sua vida em seus sonhos. Tanto por haver profanado seu corpo como por não haver celebrado suas exéquias.

Xerxes vence a Batalha das Termópilas e vança na sua tentativa de conquistar a Hélade. Tentativa fracassada, pois ele perdeu a Batalha de Salamina e teve que voltar pra casa com o rabinho real entre as pernas.

6 comentários:

Allana disse...

Agora eu ri, imaginando Leônidas gostosão como Gerard Butler assombrando Xerxes.

Buuuuuuuuuhhhhhh!

XD

Allana disse...

Bem que eu queria que ele viesse me assombrar... xD

Fernanda Eggers disse...

E quem não queria, minha cara?!? XD

Anônimo disse...

Sim, mas e que fim levou a rainha? :P

Anônimo disse...

O que significa exéquias?

Allana disse...

Exéquias são os ritos fúnebres realizados para que a alma do sujeito possa atravessar o rio Estígia.