domingo, outubro 29, 2006

Uma História Grega - Parte III

Menelau, claro, foi em busca de sua mulher. Convocou todos os reis gregos e deu-se início à Ilíada.

Os deuses se dividiram, uns pro lado de Tróia, outros pro lado da Grécia. Alguns, como Zeus, não tomaram partido. Hera e Atena, obviamente, ficaram do lado da Grécia, assim como Poseidon; ele tinha raiva dos troianos. Zeus o obrigou, junto com Apolo, a construir a muralha de Tróia e o rei de Tróia se recusou a pagar o que ele devia aos deuses. Apolo, ironicamente, ficou do lado dos troinanos. Afrodite também ficou do lado de Tróia e pediu queo mesmo fosse feito por seu filho. Psiquê não ficou muito feliz.

- Você realmente precisa ir, meu amor?

- Você sabe que sim.

- Quem vai ficar comigo durante esse tempo?

- Não vou me demorar muito. Sei que ainda não se recuperou dos trabalhos que minha mãe impôs para que continuássemos juntos.

- Me desculpe. Eu não quis quebrar as regras...

- Já está desculpada, mas a gente pode não tocar no assunto?

- Tá certo.

- Eu vou lá, bato o ponto, dou um beijo na minha mãe, um tchauzinho pros troianos e venho te fazer companhia, tá certo?

- É por isso que eu te amo!

Afrodite não gostou muito dessa atitude do filho, mas pelo menos ele aparecia quase todo dia. Além do mais, a guerra a empolgava.

No fim das contas, Tróia acabou derrotada. Helena, que casara com seu cunhado, Deífobo, entregou-o a Menelau quando Tróia caiu, sendo levada de volta para Esparta e perdoada. Ela viveu mais alguns anos com seu marido e seus filhos. Quando Menelau morreu, Nicostrato a expulsou de Esparta. Ele não gostou muito de ter sido abandonado por 10 anos.

Helena foi embora, morar com a rainha Polixo, uma de suas amigas, em Rodes Um belo dia, após o banho, Helena foi enforcada por uma serva. Essa serva vivia em Argos antigamente e morria de ódio da bela Helena, pois por causa dela seu marido havia morrido na guerra de Tróia. Algumas versões dizem que foi a própria rainha que matou Helena.

Claro que, sobre o fim de Helena, há milharem de versões diferentes. Algumas dizem que morreu junto com Menelau. Outras falam do seu enforcamento. Tem uma versão que conta que Helena se casou com Aquiles, após a morte de Menelau, e foi morar nas Ilhas Afortunadas.

sábado, outubro 28, 2006

Uma História Grega - Parte II

A mulher mais bela do mundo era Helena, filha de Zeus e Leda. Pra conquistar Leda, que era mulher do rei Tíndaro, Zeus se transformou num cisne. Ele a seduziu e Leda... botou dois ovos?!? É a história é assim mesmo. Desses ovos, nasceram Clitemnestra, Helena, Castor e Pólux. Tíndaro não era bobo e notou que Helena e Pólux eram filhos de Zeus. Ainda assim, quer honra maior do que criar os filhos de um deus? E ele os criou como se fossem sangue do seu sangue.

Claro que teve milhões de problemas com Helena. Ser a mulher mais bela do mundo não é nem um pouco fácil. Todo mundo queria se casar com ela. Claro que só reis e nobres foram pedir sua mão ao pai (Tíndaro, não Zeus). Dentre os muitos candidatos, Tíndaro anunciou que Menelau se casaria com Helena e que todos os outros deveriam se unir a ele e ajudá-lo, caso algo acontecesse com Helena. Velhinho sábio esse, acho que sabia que ter mulher bonita na família dava trabalho.

Tíndaro não fez muito além de juntar Helena e Menelau, provavelmente o estresse não fez bem ao seu coração, porque ele morreu sem ver a festa de casamento. Helena teve dois filhos com Menelau: Hermíone e Nicostrato.

Menelau, um dia, fez uma bela festa para todos os antígos pretendentes de Tróia e Páris foi. Não sei se de enxerido ou pra representar seu irmão, Heitor. Mas ele foi, Menelau o recebeu muito bem e Páris fugiu com sua esposa.

Páris achava que estava no seu direito, afinal ela lhe fora prometida por Afrodite. E foi Afrodite que ajeitou as coisas, com ajuda de seu filho, Eros. Senão Helena provavelmente não teria abandonado seus filhos. Eros não achou uma idéia tão boa.

- Tem certeza disso, mãe? Olha que a confusão vai ser grande.

- Que nada! Os gregos tem suas protetorazinhas, não têm?

- Mãe, olhe lá. Helena tá casada, tem seus filhos que ama, Páris não nasceu sob bons auspícios...

- Psiquê provavelmente não pensará o mesmo.

- Deixa Psiquê fora disso, mamãe!

- Ué! Posso mandá-la de volta pras irmãs invejosas! Ou amarrá-la num rochedo. Quem sabe uma bela constelação, para homenagear o amor que ela sente por você. Assim, pelo menos, ela será eterna.

- Tá, mãe. Quantas flechas você quer pra não afastar Psiquê de mim?

- Esse é meu filho lindo! Agora estamos nos entendendo!

E Eros fez seu trabalho, Helena se apaixonou por Páris e foi com ele pra Tróia.


*** continua ***

sexta-feira, outubro 27, 2006

Uma História Grega

Páris não conhecia os verdadeiros pais, porque uma profecia dizia que o menino seria uma derrota. Mas a história não começa com ele, começa com um banquete. Na verdade, começa antes do banquete, começa com Tétis.

Tétis era uma linda ninfa do mar e todos os deuses queriam ter algo com ela, inclusive Zeus e Poseidon. Acontece que Prometeu, aquele Titã que ensinou os humanos a fazerem fogo e foi amarrado no alto duma montanha com o fígado sendo comido dia após dia por uma ave de rapina; o fígado, naquela época, ainda não tinha essas habilidades de regeneração, mas Zeus fez com que tivesse, pra Prometeu continuar sofrendo. Isso foi muito útil quando inventaram a bebida alcóolica.

Mas acontece que Prometeu profetizou que o filho de Tétis seria maior que o próprio pai. Aí nenhum dos deuses quis ter nada com ela. Imagina: uma das poucas criaturas bonitas do mundo grego que Zeus não tocou!

Zeus chamou Poseidon num canto do Olimpo, pra ter uma conversa séria com ele a respeito de Tétis:

- Vem cá, meu irmão. Tu que é senhor dos domínios das águas, não tem ninguém por ali pra gente casar com Tétis? Ela é bonita, amável, não pode passar a vida assim, sozinha. E eu não sou muito fã de comer criancinhas, como nosso pai, não vou nem me arriscar a tê-la como amante.

- Ora, Zeus! Você já tem amantes demais! Depois, se não fosse a profecia, ela seria minha amante. Muito mais fácil pra nós dois, já que ela pertence ao reino das águas. Mas não tem ninguém que chegue aos pés dela. Quem sabe um semi-deus?

- Não, não. É perigoso demais. Vamos procurar um herói grego. É mais seguro pra gente e deve ter um que seja bom o suficiente pra ela.

- Ouvi dizer que aquele Peleu é o maior dos heróis da atualidade. Por que não ele?

- Boa idéia. Vou lá falar com Tétis, ela vai me ouvir. Organiza o casamento, tá certo? Ah! E não chama aquela Éris não! O mulherzinha encrenqueira!

- Nem se preocupe com isso, não quero ela contando a história da chuva de ouro pra Hera.

- Pô, Zeus! Deixa as pobres das princesas em paz!!!

- Ah, Poseidon, você sabe como é. Eu fico admirando aqui de cima, só olhando, aí o pai vai num oráculo que diz pra esconder a filha, ele esconde... e espera que aconteça o quê? Ninguém pode desafiar um deus poderoso como eu! Além do mais, o fruto proibido é o mais gostoso.

- E por que você não se apresenta à Tétis então?

- Tá pensando o quê? Eu ainda tenho juízo, rapá! E não me desafie nos meus domínios!

Poseidon foi embora, falar com Tétis e Hera chegou em Zeus toda desconfiada. Ele amainou sua descrença deixando a cargo dela a organização da festa. Mulher gosta dessas coisas!

Tétis casou com Peleu, a contragosto, e houve uma bela festa no Olimpo, com todos os deuses, deusas e divindades menores, porém não menos importantes. Só Éris não estava lá. Ela, furiosa, subiu ao Olimpo, invisível. O que eles pensavam? Que podiam negligenciá-la e tudo ficaria por isso mesmo? Ah! Mas não ia mesmo!

Éris fora ao jardim das Hespérides, enrolara as ninfas e pegara um pomo de ouro. Nele, gravou as palavras: "À mais bela" e jogou na mesa onde acontecia o banquele. O pomo rolou até uma das extremidades, onde estavam Zeus, Hera, Palas-Atena e Afrodite. Elas começaram a discutir entre si, sobre de quem deveria ser a maçã. Não chegando a conclusão alguma, se viraram para Zeus:

- E aí, pai? - começou Atena - A maçã vai pra quem? Pra mim, claro, sua filha, não é? Você bem sabe que sou a mais bela das deusas.

- Oras! Só porque ela saiu da sua cabeça acha que tem o direito ao pomo? Você deveria dá-lo a mim, sua esposa e mais bela deusa do Olimpo.

- Ah, Zeus... - falou sedutoramente Afrodite - Eu sou a mais bela das deusas. Quem seria, senão a deusa do amor? Você sabe disso, não sabe? - e piscou o olho para o poderoso deus, que nesse momento estava com a maior cara de pateta do mundo, pensando no que devia fazer.

Após olhar para as três, para sua bela filha, sua bela mulher e a bela e sedutora Afrodite, chegou a conclusão que não queria a fúria de nenhuma das três e resolveu que ia escolher um humano para resolver a disputa. Lá de cima, viu o Monte Ida, perto de tróia, e o jovem pastor Páris.

"É esse mesmo!"

Mandou as três deusas para lá, e ele que resolvesse. Hérmes guiou as três ao encontro de Páris, aparecendo para ele antes dela e explicando a situação. Ele, admirado com a aparição do deus, escutou atentamente e achou que tinha capacidade para escolher qual das três era a mais bela.

As três deusas apareceram na frente de Páris, cada uma na sua melhor forma (Afrodite, obviamente, nua) e cada uma fez uma oferta. Hera ofereceu riqueza e poder. Atena, habilidade militar e sabedoria. Afrodite ofereceu o amor da mais bela mulher do mundo.

Páris estava inebriado pela presença das deusas. Quando conseguiu se concentrar, pensou nas propostas, olhou pro pomo, olhou pras deusas, olhou pro pomo, olhou pra Afrodite. Ela era, claramente, a mais bela. E ainda estava oferecendo o amor da mulher mais bela do mundo. Entregou o pomo à Afrodite.

As outras duas deusas ficaram furiosas! Juraram se vingar e se tornaram inimigas de Tróia.

Já Afrodite, pronta pra tornar a vida do rapaz mais feliz, mandou que fosse para Tróia e participasse das competições da cidade. Lá, sua beleza e suas habilidades atléticas fizeram com que chamasse a atenção de Príamo e Hécuba, seus pais desconhecidos.

Quando estava grávida de Páris, Hécuba sonhou que dava à luz a uma tocha de onde surgiam várias serpentes. Isso foi tomado como um mal presságio. Príamo chamou uma criada e mandou que ela desse fim no menino, quando ele nasceu. A criada foi incapaz de matar um bebê tão bonitinho, guti-guti e fofinho, então abandonou-o na extremidade de uma floresta, aonde ele certamente seria devorado pelas feras locais. Acontece que um pastor viu o bebê abandonado e levou-o pra casa, onde cresceu forte e saudável, tornando-se também um pastor.

Ao verem Páris crescido, forte, belo e habilidoso, seus pais o chamaram ao palácio, reestabeleceram sua real identidade e o acolheram calorosamente. Provavelmente contaram alguma história pro pobre rapaz, pra ele não se sentir mal por ter sido abandonado.




*** continua ***

quinta-feira, outubro 26, 2006

Uma História Francesa

- Paris, a Ville Lumière, nem sempre se chamou Paris, você sabe. E nem sempre teve um apelido bonitinho.

- E se chama Paris por causa de Páris?

- Euh... não.

- Mas não tinha uma cidade francesa que era grega?

- E porque diabos os gregos dariam o nome de um troiano à uma cidade deles?!?

- Tem razão...

- Além do mais, era o que hoje é Marselha que pertencia aos gregos.

- Ah tá.

- E os romanos, quando conquistaram a Grécia, viram aquela cidadezinha, que se era dos gregos, agora era dos romanos. Então eles foram lá conhecer se novo território e aproveitaram pra subir até Paris.

- Que não era Paris.

- Não.

- E os romanos não deram esse nome por causa de Páris.

- Também não. Gosh! Você é irritante, não?

- Tá desculpa. Mas você também é!

- Aonde eu entro na história?

- Duas facetas da mesma mente perturbada; isso te diz algo? Ça te dirai?!?

- Nevermind. E não acho que se usa essa expressão com esse sentido.

- Sim, mas se os romanos não chamaram a cidade de Paris, como foi então?

- É o seguinte. Eles chegaram lá, se depararam com o Siena e com o povo que sobrevivia dele. E notaram que o Sena tomava praticamente a vila toda quando enchia. Quando ele secava, deixava tudo coberto de lama. Os romanos então olharam praquilo e, com sua criatividade genial, chamaram o lugar de Lutece.

- Que quer dizer?

- Lama, em latim.

- Ólhaê! A Cidade Luz era a Cidade Lama! Que bonito! E como ela virou Paris?

- Se você não me interrompesse tanto, já saberia.

- Desculpe.

- Obrigada. Os romanos foram embora, certo? Não responda. Eles se foram e largaram a Bretanha para os bretões. Aí parece que os francos chegaram. Ou eles já estavam lá? Não importa, a França se chama França por causa dos francos. E não me pergunte sobre os bretões.

A face meio doida da mente levanta a mãozinha. A face sábia e inteligente, porém chata, concede que faça uma pergunta.

- Mas só uma!!!

- Se a França era a Bretanha, a Grã-Bretanha era o quê?

- Era a Britânia. Ocupada por diferentes tribos celtas, uma tribo germânica que chegou lá e se misturou com eles, os romanos que chegaram e também foram embora e os hibérnicos, que vinham da Hibérnia, hoje conhecida como Irlanda.

- E Paris?

- Sim, Paris! Paris deixou de ser Lutece e virou Paris, oras.

- Por quê?

- Onde é que eu estava mesmo?

- Nos francos e bretões.

- Sim! Lembrei! Esqueça os bretões um pouco. Os francos acharam que Lutece não era um bom nome. Mesmo que fosse, não queriam manter um nome romano. Então foram buscar um nome no passado daquele projeto de país. Antes que os romanos chegassem por ali, havia a tribo que vivia do Sena, lembra? Pois é. Era uma tribo de pescadores que se chamava Parisi. Os francos então resolveram cortar o último "i" e voilá! C'est un beau nom pour la ville!

- En portugais, sil tu plait...

- Aí está um belo nome para a cidade.

- E Páris nada.

- Nada de Páris.

- Que inútil! Quer dizer que ele só serviu pra ir roubar Helena de Menelau, fazer o rei grego persegui-lo até Tróia, querendo cortar o "menelau" do ladrão fora e f**** com a vida do irmão, Heitor?

- Pois é. E ele nem conhecia o irmão.

- Não?!? Mas...

- Esqueça o filme. Outro dia eu conto a história.

domingo, outubro 22, 2006

Legendas

Eu sou completamente contra filme dublado. Acho que eles perdem metade da graça. Adoro ver um filme ouvindo o idioma original, as vozes originais dos atores e sem ver aquela coisa de falas desconexas: a boca se mexe e nenhum som sai ou o dublador ainda tá falando quando o personagem já fechou a boca.

Ver um filme no idioma original é ótimo pra se habituar com a língua, também. É um meio bem interessante de se estudar. Me sinto orgulhosa quando consigo ver um filme com o idioma original tanto no som quanto na legenda e consigo entender o que se passa. Sinto como se finalmente tivesse atingido um nível decente.

Legenda tem seus momentos engraçados e irritantes. Às vezes estou assistindo um filme ou seriado em inglês e na legenda aparece algo completamente diferente do que a criatura na telinha disse. Dependendo do que for, eu me acabo de rir.

No entanto, legendas brancas tem uma leve tendência a irritar. Não falo só por mim, tem um monte de gente que pensa isso. Você tá lá, bem tranqüilo no cinema, confiando na legenda porque o sistema de som é um lixo e vem aquele clarão enquanto um dos personagens conta uma história e como você estava concentrado na legenda, perde. A luz "come" o texto e você não ouve e fica perdidinho ali no meio. Ou então é a camisa de um personagem, a parede, o que for. Legenda branca só dá certo se tem um contorno preto. Mesmo assim, sou fã das legendas com texto amarelo.

Sei que não é todo mundo que tem Sky, mas aqueles que têm conhecem os canais Tele Cine. São legais, não? Vez por outra tô jogada na frente da tv, pulando de um canal pra outro (naqueles raros momentos em que não tem Padrinhos Mágicos em cato algum) e me deparo com um filme interessante. A salvação da tarde!

O Tele Cine Premium passa filmes mais recentes e tem um momento especial para internautas. Cyber Cinema se não me engano. Um dia parei pra assistir e... detestei. Sabe o que eles fazem? Legendam o filme com linguagem de internet. Nada de pontuação, acentuação ou palavras inteiras. Muitas vezes o texto se torna incompreensível.

Imagina, você tá assistindo Matrix - Reloaded, Neo chega na sala branca do arquiteto e você se depara com o seguinte:

" Eu sou o Arquiteto eu criei a matrx eu tava a sua espr vc tm mtas prgntas e embora o prcesso tnha altrado sua consciencia vc contnua irrevogavlmnt humano assim sndo algms d minhs resptas vc entendera e outrs naum em consonancia ainda q sua 1ª prgunta possa sr a + pertinente vc pod ou naum s dar conta d q ela eh tbm irrelevante"
(extraindo daqui)

Agora, imagine isso, na sala branca com as legendas brancas.

quinta-feira, outubro 19, 2006

Eu disse!

Bem que eu falei, alguém ia cair no meu Teste!
Olhe só: a beringela é a palavra-chave que ocupa segundo lugar na lista de palavras que as pessoas usam pra "cair" no Membrana Seletiva. Pelo menos ela foi útil pra alguma coisa uma vez na vida!

Agora existem pessoas que caem nele procurando por maquiagem definitiva, fotos, documentários e... furúnculos?!?

Eu acho estranho que alguém queira saber sobre furúnculos e cachorros. Eu, particularmente, consultaria um veterinário. Se bem que a consulta é no Google... É, talvez tenha surgido algo interessante.

Bom... Esse é só um post enche-lingüiça, porque o blog está parado a muuuito tempo. Mais do que eu gostaria.


terça-feira, outubro 17, 2006

Cadê tu, Sono?!?

Eu sabia que dormir com o sol nascendo complicaria meu dia, mas não imaginava que afetaria o resto da semana. Afinal, é normal você sair num fim de semana, ficar na rua até a hora em que bem entender e dormir quando quiser, se o dia seguinte não for um dia útil. Como segunda-feira não é "útil" até as 3h da tarde (pelo menos a minha), não achei nada de anormal dormir com o dia claro.

Até que a segunda de noite chegou. À meia-noite eu estava cansada, com sono, imaginei que estava tudo normal. Apaguei as luzes e me troquei.

Deu fome e tinha um mundo de macarrão chinês me esperando na geladeira. Oras, por que não? Esquentei meu macarrão e fui pra sala.

Olha! Law & Order SVU! Só peguei o final quando passou de tarde! Bem que poderia assistir o começo... Hm. É, eu já vi o começo também. Será que tem algum filme bom passado? Tem a " A Lista de Schindler" no Emotion.

Ok. Acabou a "Lista de Schindler" e de repente não me sinto cansada. O que fazer? Não tem um filme exatamente bom passando. Nem clipe. Nem série. OMG! Só me resta deitar na cama e ver se consigo dormir.

Cama arrumada, ventilador ligado, eu coberta e música de Marisa Monte rodando na minha cabeça. Que porcaria! Vou pegar o cd, ouvir a música e ver se agora me aquieto.

Oh, damn! Não acho o cd certo. Mas esse aqui tem umas músicas legais. Hm... A trilha de "Pulp Fiction". Quem era que queria ouvir isso? Será que era eu e não lembro? Vou levar pro quarto também. Eita! O cd de Legião! Nem sabia que tava aqui na sala, achei que estivesse no carro do meu pai! Quer saber, esse cd é legal, vou ouvi-lo antes de dormir.

Quem disse que eu peguei no sono antes das 4h?

terça-feira, outubro 10, 2006

Cachorro Para Adoção

Doa-se um lindo cão schnauzer, porte médio, dois anos de idade, pêlo preto. Ok, ele está começando a ficar grisalho, mas isso dá um charme. Né não?

O animal é sociável, carinhoso, come ração sem problemas, mas adora uma bolachinha água-e-sal. Inclusive faz alguns truques por ela. Ele senta, fica em pé e pula.

Se deixado dentro de casa, ligue a tv no Animal Planet. Cuidado com o programa Vídeos Divertidos. Ele costuma tentar entrar no aparelho pra se juntar a outros cães inteligentes e alegres como ele.

Seu único problema é ser carente, ter tara por roupas íntimas e achar que é o dublê do Jackie Chan.

Caso se interesse, entre em contato! Qualquer um que adotar esse animal único e fascinante será muito... ham... hm... feliz!

sexta-feira, outubro 06, 2006

Tem coisas que só um shopping faz por você.

Há pouco mais de um ano, acredito, estávamos eu, meu namorado, e uma amiga cujo nome não cabe citar aqui - por uma questão de ética, obviamente - andando num dos shoppings da cidade. Era uma tarde livre e desocupada, típica de primavera. Essa minha amiga buscava um presente para o seu respectivo namorado. Procuramos desde bottoms, camisas, brebotes genéricos, canetas... e vacas.

Vacas à parte, inclusa essa minha amiga, teve um episódio engraçado. Andando por uma lojinha de bobagens genéricas, havia um bonequinho (eu acho que era uma vaca, mas não tenho certeza) que fazia um barulho alto e indiscreto. Bem, as vendedoras da loja devem ter achado que fôssemos loucos, ou simplesmente três adolescentes felizes. Eu realmente espero que tenham pensado na segunda opção.

O mais legal foi depois, quando subíamos a escada rolante. Eu subi na frente - tenho a mania de andar rápido e não reparar nas coisas que me cercam - e o meu namorado logo atrás de mim - apalpando a minha bunda, como de costume. Quando chegamos no andar seguinte, a vaca da... perdão, a minha amiga estava rindo loucamente.

- Uma senhora ficou segurando o meu pulso, achando que eu era a netinha dela! Caramba, doeu! E ela ficou falando um monte de coisas, acredita?!

É, aquele foi um dia divertido. Se não me engano, eu cheguei até a derramar coca-cola e tudo. Mas não tenho certeza.

Flashbacks à parte, hoje estávamos nós, numa dessas (agora raras) tardes quentes de primavera, lezando no mesmo shopping. Depois dela ter cuspido uma pedra de gelo em mim - e ter errado, e de ter me feito andar no sol sem óculos escuros (o que me rendeu uma dor de cabeça que me incomoda até agora), fomos olhar uma loja de bijouterias. Colocamos anéis, tiramos anéis (no bom sentido, por favor) e do nada uma vendedora diz:

- Ah, qual a cor do teu cabelo?

A vaca... er, minha amiga ficou estupefata.

- Er... loiro...
- É, mas que loiro? É tão bonito...
- É natural...
- Ah, é? Ah, mulher, não pinta nunca não! É tão bonito assim! Nunca pintasse mesmo? Tão lindo...

Se fosse eu tinha dado um fora grosseiro na mulher. Coisas que nunca devem se perguntar a uma mulher: "Qual a cor da tinta do seu cabelo?"; "Você está grávida?"; ou pior: "Pra quando é o bebê?"

Mas a melhor tirada dessa minha amiga (que deve estar morrendo de rir agora) foi:

- Sábado de nove horas nós vamos à praia. Tá a fim?
- ¬¬
- Bem... não diga que eu não convidei. *sorriso cara de pau* É água de côco e carangueijo!

quarta-feira, outubro 04, 2006

Relação Aberta

Um triângulo amoroso, como tantos outros. Não havia grandes diferenças entre esse e qualquer um dos vários casos espalhados pelo mundo.

Letícia, casada com André há 15 anos. Não tinham filhos, ela não queria. André bem que tentou boicotar a cartela de pílulas, mas ela mudou o método. Como uma mulher moderna, acompanhava o desenvolvimento da medicina e descobriu o mini-DIU. Além de tê-lo implantado, adotou um anticoncepcional em adesivo, por precaução quase obsessiva.

O marido de nada desconfiou no início. A mulher sempre teve manias estranhas, sempre foi extremamente cuidadosa. Não podia reclamar que faltasse organização na casa, comida boa e saudável, nem mesmo do corpo da mulher. Ela cuidava da alimentação, fazia exercícios, ninguém diria que já se aproximada dos 40 anos.

André era um homem bem-sucedido. Bem-sucedido e frustrado. Queria filhos, podia sustentá-los, era louco por crianças; mas Letícia parecia não compartilhar essa vontade. Assim como já não compartilhavam a cama, a não ser em ocasiões especiais.

Ela era fria, distante, não participava do ato. Ele perdera a vontade de estimulá-la. Costumavam ir direto ao ponto, depois cada um virava para o seu lado e dormiam. Frustrados, insatisfeitos, inclusive com raiva inconsciente um do outro, mas nunca conversavam. A rotina continuaria no dia seguinte, inalterada. Aparentemente perfeita; como num comercial de detergente.

É aqui que entra Vítor, colega de trabalho de Letícia. Um moreno alto, sedutor, discreto e pouco confiável. Almoçava com ela todo dia. Passaram a lanchar juntos à tarde também, após certo tempo.

Vítor a conquistou - não que ela não tivesse culpa - e Letícia dedicou a ele a atenção que, há tempos, não dedicava ao marido. O caso se prolongou. Ela não tinha intenção de acabar o casamento e ele estava satisfeito com as vantagens e a liberdade proporcionadas por aquele relacionamento.

Após um longo tempo naquele triângulo amoroso, André começou a desconfiar da mulher. Houve uma festa na empresa dela, para a qual foram juntos. Eles conversavam numa mesa com outro casal e Vítor estava no bar, estrategicamente posicionado para ficar em frente à amante. Seus olhos fixos em Letícia, olhando de relance o generoso decote de seu longo vermelho.

Ela desculpou-se e atravessou o grande salão em direção ao banheiro. Vítor prontamente a seguiu. André percebeu a movimentação. Passou algum tempo na mesa, em dúvida. Talvez a mulher apenas fosse ao banheiro. Daqui a pouco ela estaria de volta. Letícia não o trairia com aquele tipo. Ou trairia?

Seguiu-os. Entrou no banheiro masculino e encontrou Letícia apoiada na pia, com o vestido erguido, aos beijos com Vítor. Olhou-os por algum tempo chocado, então começou a gritar com o homem que agarrava sua mulher.

Ela pediu que ele se calasse e os três seguiram para o luxuoso apartamento do casal. Tentaram agir com calma, André, porém, estava exaltado. Ameaçou a esposa e o amante, discutiu, chorou, exigiu que aquele relacionamento abjeto terminasse.

Apesar da promessa, feita para acalmar o marido, Letícia não chegou a acabar o caso. Seu marido não compareceu mais aos eventos da empresa dela, por escolha própria.

Meses depois, Letícia descobriu Ísis. Recém-formada em turismo, magra cabelos negros, assim como os olhos, cortados na altura do queixo. A garota mantinha uma franja e até parecia ter saltado de um mito egípcio. Apesar da aparência inocente, seus olhos revelavam uma mente maliciosa.

Ísis era, há três anos, amante de André. Conheceram-se numa livraria. Ela derramara café em sua camisa. Pediu desculpas e ofereceu-se para lavar em seu apartamento. Ele poderia esperar, tomar um café, um chá. Quem sabe algo mais?

O casamento não acabou. A vida diurna do casal permaneceu a mesma. Sempre perfeita e eficiente. Já as noites - as poucas que passavam juntos - esquentaram; como nos tempos de namoro. E assim o relacionamento se manteve, a única precaução era manter a cortina de mentiras, mantendo discrição a respeito dos amantes.