terça-feira, novembro 07, 2006

Ria de Mim... Ok, você sabe o resto.

Escolhi o título de um livro de auto-ajuda para o post de hoje. Não que esse post vá fazer com que sua vida melhore substancialmente ou que você passe a enchergar a luz no fim do túnel, o sentido de tudo, o motivo pelo qual está só e quem é a Morte.

Acordei às 7h00 da manhã. Um horário definitivamente incomum para alguém que não tem atividades durante a manhã e pode ficar dormindo até a hora do almoço, mas o fato é que eu tinha algo para fazer. Ou assim eu pensava.

Segundo o calendário divulgado no site da UFPB, essa é minha semana de matrícula. Outros feras de jornalismo iam fazer a matrícula hoje, às 9h00, então combinamos todos de nos encontrar, certo? Certo, na frente da coordenação do curso.

Lá vou eu, não-feliz, porque tava morrendo de calor, não-alegre (sono) e não-saltitante (já viu alguém saltitar num ônibus?). Troquei de ônibus e desci na Federal, no ponto certo dessa vez (diferente de todas as outras, nas quais desci um ponto antes). Cheguei na calçada e... caí. isso mesmo. Tropecei no ar e me esborrachei no chão. Me levantei, me limpei, fiquei menos enraivecida por não ter rasgado a saia e fui embora.

Já no DECOM me toco que não sei de um fator muito importante para que minha matrícula seja realizada: onde fica a coordenação do meu curso. Perguntei na cantina. A mulher vira pra mim e diz:

- Sabe esse corredor por onde você veio?

-Hum.

- Você volta nele mesmo e vai até o fim, a coordenação fica no último bloco.

E lá vou eu, para o último bloco, que no caso era o primeiro. Pelo menos tem sombra. Cheguei na coordenação do DECOM e dei de cara com a coordenação do departamento de artes, que me informa que eu devo entrar no corredor à direita e ir até o fim. Chego no que acho que é o fim, na coordenação de comunicação-sei-lá-o-quê e descubro que há uma sala além dela, que é a minha coordenação.

Ufa! Até que enfim! E aí? Posso fazer minhapré-matrícula? Ah, a data tava errada, é? Erro de digitação? Sei... E a pré-matrícula mesmo é em dezembro? Ok. Não, eu não tenho nenhum curso que possa compensar as cadeiras pra adiantar os períodos aqui. Até dezembro então, ok?

Já que eu estava na UFPB, o negócio era passear. Encontre com duas amigas (e um amigo, mais tarde), descobri onde é a melhor cantina, qual o melhor lugar pra tirar xérox e que sei o caminho pra Praça da Alegria. Mas isso deve ser o básico pra qualquer um que passa no vestibular.

Cheguei em casa tranqüila e calma, achei o programa que eu procurava e, depois do almoço, fui encontrar um amigo meu. A pedido do meu pai, ia ver uns carros num feirão e como sei tanto de carros como de futebol, chamei esse meu amigo, que pelo menos entende do assunto.

Cheguei no lugar marcado 20 min atrasada. Sem problemas, afinal não era muito tempo. Logo que entrei, constatei que a criatura ainda não se encontrava lá, o que me redimia do meu atraso, ele passava a ser o atrasado.

Pedi um sorvete, pra espantar o calor enquanto esperava. Um belo sunday de chocolate com farofa de castanha em cima, sabe? Eu andava doida pra comer castanha, vê se eu ia deixar passar a chance! Pedi meu sorvete, paguei e estava levando a bandeja pra mesa, com todo o cuidado do mundo. Não sei quem foi que disse que sou tão tão delicada quanto um mamute numa loja de cristais, mas isso não vem ao caso. Eu não vou discutir, vou tentar não fazer um desastre muito grande. Coloquei a bandeja na mesa. Nenhum acidente até aqui. Me sentei, aliviada e... o sorvete caiu, derramando toda a minha castanha moída.

Bom, menos colesterol, menos gorduras, menos calorias no meu sorvete. Claro que a melhor parte dele - e a mais saudável - foi embora, mas o dia não estava de todo perdido. Estava?

Sem problemas com os carros. Chega respirei aliviada. Daí em diante eu apenas machuquei meu pé e cheguei atrasada na dança. Contei minha odisséia para as minhas colegas e uma delas ficou impressionada por eu estar contando tão calma, com tão bom humor.

Claro que eu estava calma, imagina se eu fosse me estressar de verdade por cada uma dessas pequenas coisas? Na hora em que vi que acordei com o pé esquerdo, respirei fundo, botei "Smile" pra tocar e continuei. Uma hora o dia acaba que eu sei!!!


* (Morte é do sexo masculino, na verdade. E é basicamente uma criatura ossuda com um capuz, mas só um mago pode dizer isso com certeza, afinal só eles tem o direito de que Morte os venha buscar pessoalmente. Dizem por aí, também, que Ele comprou uma moto, mas não posso garantir a veracidade do fato.)

** (O livro se chama "Ria de Mim Antes que eu Ria de Você". Há o vol. 2 também: "Ria de Mim Antes que eu Ria Mais de Você" [ou será "... Antes que Eu Ria de Você Novamente"?]. Viu que fantástico?)

9 comentários:

Allana disse...

Podia ser pior. Você poderia ter caído de cara no chão, mostrado sua bunda pra todo mundo, e ter entortado seu dedo anelar de uma maneira irreversível.

Ivo Brunet disse...

Eu só sei que a entidade que veio de não sei onde e derrubou seu sorvete, deve ter sido a mesma que derrubou a pizza de jorge domingo!

Anônimo disse...

Ah... ::suspiro:: minhas memórias... onde nenhum funcionário sabe responder as perguntas mais simples que deveriam responder sem demora, como o procedimento para se matricular, quais as disciplinas estão sendo oferecidas, qual formulário utilizar para pedir uma dispensa de uma falta. Claro... tem a burocracia... minha inseparável companheira por 5 anos! Como poderia te esquecer! Você certamente terá alguns anos para utilizar o formulário D.56-0, que por sua vez é usado para pedir a ficha I-76, em dupla via assinada pelo coordenador do curso - sempre ausente - e pelo diretor (idem).

Depois que o funcionário protocolar o recebimento em um dos 20.000 cadernos de protocolo diferentes, não esqueça de pedir um comprovante duplo assinado e datado do fato, para não ser recebida com um "nunca disse isso", no mínimo, cínico, pois, do contrário, só encontrarão seu processo quando uma alma com boa vontade (raríssimo, só se for professor, e olhe lá... funcionário jamais) vasculhar outros cadernos de protocolo, pois o funcionário fez tudo errado! Não usou a ficha I-76, mas sim a ficha I-76B, a variante vermelha com tarja amarela e mesmas instruções, mas que é vermelha com tarja amarela, e vermelho de tarja amarela todo mentecapto dessa terceira rocha a contar do Sol sabe: é diferente e não se encaixa na resolução 4.878.765 de 30 de fevereiro de 1807, que prevê fichas vermelhas com listras brancas para o formulário D.56-0.

Isso sem falar no calor, nas "carteiras do tempo da avó", segundo o próprio Jota Jr. (isso mesmo, o da TV Correio), nos tetos que desabam durante as provas, nos cupins, nos livros da década de 20 (aliás, só dessa década mesmo), na morosidade, nos professores que dormem na sala de aula e ainda se atribuem o direito de, na prova, exigir (pelo próprio enunciado das questões) respostas que não cabem em uma folha de papel pautado (num período de 2 horas)... E torça pra não ser sorteada com a turma mais burocrática da universidade, onde cada grama de ar tem que ser repartida igualmente para que ninguém saia com vantagem em mais ar respirado. Aliás, a composição respirada tem que ser matéria submetida a votação em dois turnos, pois assim é que deve ser em um ambiente democrático como a universidade.

É isto!

Ivo Brunet disse...

Eu estava lá quando o telhado ruiu!
Isso só acontece com o pessoal de direito... eu acho é pouco. Pra ver se esse pessoal se colocar no lugar. ;)

Ivo Brunet disse...

Mas apesar de todas essas coisas ruins que david postou, de toda burocracia, da falta de estrutura, de livros, de professor, de interesse, de professores que foram concebidos pra serem demônios, de demônios que foram concebidos como alunos, apesar de tudo isso... é imperdível e inesquecível.

Nesse período, é onde provavelmente você vai ganhar as melhores memórias pra carregar pro resto da vida.

Allana disse...

As melhores e as piores memórias de todos os tempos. =D

Deny Carneiro disse...

Meu Deus...eu preciso ler este livro...
MUITO!!!
kkkkkkkkkkkkk

Anônimo disse...

Já falando sério, eu acho que mesmo com a falta de infra-estrutura, muitos problemas - e são muitos mesmo - poderiam ser resolvidos sem a ajuda do nosso "pai", o "governo". O brasileiro é muito acomodado. Só vejo o pessoal reclamando, mas ninguém toma uma atitude.

Eu sempre uso o exemplo do lápis pincel: sempre falta um que escreva (ou seja, ter tem), mas isso não é motivo para que todo mundo reclame. A minha sala já tomou uma iniciativa, mas fica difícil alguém ficar com ele, pois a pessoa falta e tudo mais. O correto, a meu ver, seria cada professor ter o seu, pois o lápis tem que estar presente quando o professor está presente. Um aluno pode faltar, mas isso não impede uma aula boa/ruim, impede? Claro, alguns profs. são responsáveis e levam muito mais que um lápis, mas a quantidade dos que não estão nem aí é muito grande, além de quaisquer limites aceitáveis.

Agora, voltando com as piadas... não se preocupem que o CCJ tá voltando para regrar todos esses cursos ainda mais bagunçados lá do campus. >) Não é à toa que dizem que na universidade, você tem duas alegrias: uma quando entra, outra quando sai (como aluno de graduação). >) >) >)

Anônimo disse...

Ah, Fernanda, não se desestimule com isso não! Afinal, você ainda pode se gabar dizendo que possui a capacidade de estar numa univ. federal (hahahaha) !!! Se muitos cursos da UFPB sempre tiveram notas altas nos ENADEs da vida, foi pelos alunos, não pela infra estrutura! ;)

Ou seja, "kudos" pra você!