quinta-feira, dezembro 13, 2007

Gente

Natal é um problema, especialmente porque eu sempre acabo precisando ir ao shopping e ele normalmente está cheio. E eu não gosto de lugares cheios. Tenho um sério problema com gente. Não com pessoas, veja bem. Das pessoas eu até gosto. Ou não. Me reservo o direito de não gostar, ter asco, ignorar ou só ter "abuso" de algumas pessoas. De outras eu gosto, eu amo, eu me dou bem... Mas esse não é o foco dessa crônica. O tema aqui é outro. Depois eu explico a diferença entre pessoas e gente.

Gente que lota os shoppings e afins, gente que não anda, se arrasta, e não sai da sua frente. Gente que acha ruim quando são "ultrapassadas" por outra pessoa. Gente que não tem objetivo claro ali e não entende que há gente que não apenas tem objetivo bem definido como está com pressa.

Gente também cria umas modas estranhas. O motivo de eu estar no shopping à duas semanas do Natal é a necessidade de comprar um short. Não um short qualquer. Precisava ser um short preto, de malha e pequeno. Claro que não pretendo usar isso no meio da rua ou para malhar nem nada assim. É justamente para não ficar nua sob a roupa de dança do festival da semana que vem. E eu sei que tem gente que usa short assim, portanto tem que ter para vender em algum loja.

Acontece que a moda agora é outra e eu tinha esquecido Entrei numa loja, dessas grandes que vendem roupas para todas as idades e quase todas as ocasiões e, bem, não achei o danado do short. Não se usa mais short assim. A moda agora é usar calça de malha com um short folgado por cima, daqueles que lembram o dos boxeadores. Eu até acho a idéia boa, dependendo do short e da calça, mas não nesse momento.

Mudei de loja e, incrivelmente, achei o short. E mais incrivelmente ainda, só tinha 2 pessoas na minha frente na fila dos caixas. Ao sair do shopping vi que levara apenas 20 minutos para cumprir minha obrigação. E nesse momento eu até gosto de gente. Eles simplesmente não estavam lá para atrapalhar a minha vida.

O Castelo Animado - Resenha

Eu sei que eu havia prometido falar de Harry Potter e as Relíquias da Morte (talvez não para vocês, mas eu até já havida começado a escrever), até que eu li algo muito melhor: com muito mais estilo, personagens mais interessantes e costumes inexplicáveis que ninguém entende.

Talvez o nome seja familiar: sim, é aquele longa-metragem animado, dirigido por Hayao Miyazaki, que ficou em exibição nos cinemas obscuros de João Pessoa em horários mais obscuros ainda. Se o movie ainda não é familiar, talvez nomes como Princesa Mononoke e A Viagem de Chihiro talvez inflamem mais a memória de alguns leitores. Se não, paciência. Continue lendo para chegar na parte da resenha.

O fato é que o filme é baseado no livro de mesmo nome, da escritora inglesa Diana Wynne Jones (Howl's Moving Castle, publicado aqui pela Record, 318 páginas). E conta a história da jovem Sophie, que destinada ao fracasso por ser a filha mais velha, acaba sendo amaldiçoada pela Bruxa das Terras Desoladas, transformando-se em uma velha de 60 anos. Sem rumo, resolve buscar seu destino e acaba indo de encontro ao perverso mago Howl. Tem-se início assim uma louca jornada dentro do Castelo Animado, onde Sophie tenta livrar-se do feitiço lançado sobre si, ao tempo que cuida da limpeza do castelo e das roupas de Howl, que descobre não ser um mago tão malvado assim.

A linguagem é simples, e cada capítulo é introduzido por "Naquele em que Sophie faz isso, isso e aquilo", o que além de prender mais o leitor, pois dá uma idéia do que está para acontecer, sempre dá aquela sensação de "Ah, não, só mais um capítulo...". Nessa história, fui dormir de duas da manhã noite passada. Só depois que eu terminei o livro.

Se você gosta de histórias com magias, bruxas, magos e personagens charmosos e estilosos (e um tanto chiliquentos), estou certa de que irá adorar O Castelo Animado. Principalmente o final.












Capas da edição brasileira e da edição em inglês, respectivamente. Prefiro a nossa. :)

quarta-feira, dezembro 12, 2007

"Old loves they die hard...

... Old lies they die harder."

Bem, elas podem demorar a morrer, mas um dia elas morrem. Há mais ou menos dois meses, ouvi no carro de um amigo meu o álbum novo da banda de metal finlandesa Nightwish. E eu fico feliz em poder atestar que o Nightwish, diferente do que eu cheguei a pensar, não "perdeu as penas" com o que aconteceu. Pode ser que quem não conheça não entenda patavinas desse post, mas vamos assim mesmo.

Escutei o álbum, admito, com um pouco de preconceito. Afinal, há alguns meses atrás, a "diva" Tarja Turunen havia saído da banda - e ela sendo metida a besta ou não, tem uma voz belíssima. Continuando, ouvi o álbum da primeira vez e estranhei um pouco: o som continuou de qualidade, um pouco mais agressivo talvez, mas muito bom. E tinha a vocalista nova.

A vocalista nova... Anette Olzon. Suíça, só conheceu a banda depois da demissão de Tarja. Cheguei em casa, baixei o álbum Dark Passion Play (não façam isso em casa, crianças :P) e ouvi-o novamente. Perdoem-me os fãs de Tarja, mas o Nightwish vai muito bem sem a diva do metal. Sem as amarras do canto pseudo-lírico da antiga vocal, a banda se esforçou para compor um disco mais variado e com muito mais metal. \,,/ O som, além de mais agressivo, está bem mais trabalhado. Parece que a musa fantasmagórica parou de assombrar a banda.

E eu, leiga como sou, continueu ouvindo as músicas com a novíssima Anette, até saber que o álbum solo da filandesa Tarja havia sido lançado desde meados de novembro! Como eu sou desatenta... baixei o tal My Winter Storm, título que, segundo a cantora, diz respeito a sua situação. E bem, ela disse que encarou a tempestade de sua vida com bons olhos, pois trouxe uma nova fase e blá-blá-blá. Coisa que eu duvido.

A voz dela está excelente, sem dúvida, mas eu quase dormi na metade do cd. Acho que as novas músicas cantadas por Tarja Turunen servem muito bem como pano de fundo para uma sessão de terapia, ou para aquelas dinâmicas realizadas por profissionais de Recursos Humanos que acham que entendem algo. Seus fãs podem ficar com seus vocais líricos. Eu prefiro uma cantora que além de cantar bem possa andar no palco.






















E claro, que não se vista como uma senhora de 65 anos. Vejam e comparem. :)

terça-feira, dezembro 11, 2007

Um Pensamento que Puxa Outro, que puxa outro, que puxa outro...

Para a cadeira de pesquisa da universidade, fomos hoje à biblioteca ver a estrutura de monografias, teses e afins. No meio delas havia uma sobre traição. Beleza. Era de um aluno de Ciências Sociais e falava sobre o corno. Tinha pesquisa empírica, realizada com os colegas desse aluno, tinha extratos da internet (inclusive uns 30 dessa lista), tudo o que se pode imaginar.

Vou pegar o trabalho para ler no fim de semana. Não apenas para rir, mas pra ver se tem algo sério. Afinal, o cara concluiu o curso, se formou, deve estar fazendo alguma coisa por aí (o Google me informará quando eu tiver o nome dele, que esqueci). Deve ter algo sério no trabalho!


O caso é que eu estava pensando nisso e me veio uma música dos Mamonas Assassinas na cabeça:

Ser corno ou não ser
Eis a minha indagação
Sem você vivo sofrendo
Pelos bares bebendo
Arrumando confusão


(Relembrando a infância geral!)

Aí comecei a viajar nas músicas da banda e, sem querer, estava pensando em outras pessoas cantando as músicas.

Caetano Veloso cantando Pelados em Santos.
Falcão ou ou brega qualquer cantando Bois Don't Cry (a música citada acima).
Uma banda de hardcore tocando 1406 e Cabeça de Bagre II
Uma banda de metal cantando "de verdade" Débil Metal (Talvez o Léuzinho, combina com ele...) [interna]
Banda de pagode genérica tocando Lá Vem o Alemão. Inclusive até parece que os Mamonas pegaram uma letra que deveria ir para uma banda de pagode e nem adaptaram.
Sábado de Sol por uma banda de reagge também seria legal.
Sabão Crá-Crá tem aquele jeito de música de roda (des)educativa. Pelo menos ensina a ordem das vogais.

Aparentemente não houve um estilo que escapasse às piadas e paródias do grupo. Ainda bem.

"Ligua pra minha chave! Não sei aonde ela está!"

Ontem eu perdi a chave do meu carro por cinco minutos. Carro cheio de sacolas, a chave escorregou e ficou ali pelo meio e eu procurando feito louca. Os poucos minutos de estresse já valeram pelo ano todo.

Nessa eu fiquei pensando numa daquelas coisas que ninguém jamais inventou: um chaveirou ou chave que tivesse um número. Não sei se daria certo, se têm como fazer um troço desses, mas que a idéia me parece boa, isso parece!

Imagina: a chave solta no meio das sacolas. Ao invés de abrir uma por uma, eu poderia simplesmente sacar o celular da bolsa e ligar para o número da minha chave, que piscaria e apitaria, facilitando assim que eu a encontrasse.

Isso já teria poupado muita gente de arrancar os cabelos!

segunda-feira, dezembro 10, 2007

Scary Skinny - not a movie.

Muitas são as reportagens em revistas, jornais e em programas de televisão acerca da necessidade de se combater a tal ditadura da magreza, entretanto o tão batido e rabatido assunto fica ofuscado no primeiro comercial após o programa ou na página seguinte à reportagem de revista.


São elas e eles, por todos os lados, em todos os ramos da mídia, altos, magros, tonificados, saudáveis e plásticos, ilustrando de capas de revista à propagandas de canos d'água.

Você não vê uma pessoa "comum" nem em propaganda de margarina, pois a família que se senta à mesa exibe cabelos sedosos ao extremo, sorrrisos brancos que se aproveitam nos comerciais de creme dental, além de serem magros e até atléticos, como se assim pudessem ser comendo margarina todos os dias com pão francês.


As roupas são desenhadas para mulheres altas, magras e sem quadril, e o mais interessante, são assim até as desenhadas aqui no Brasil. A rima é tão infame como a situação em si, visto que as mulheres curvilínias do nosso país são famosas em todo mundo exatamente por isso.

Então, tocar no assunto da ditadura da magreza e rebatê-lo sem nada mais fazer torna-se meio vazio para mim, visto que acredito no poder da mídia e acho que se de fato quisessem diminuir este império scary skinny começariam a colocar nos comerciais aquela menina bonita e saudável, porém com o padrão mais "comum", não mulheres de 1,80 que pesam assustadores 50 e poucos quilos...


Acredito que seria até um bom marketing, pois vejam bem, fazer Adriana Lima parecer bonita numa lingerie Victoria's Secret não é lá grande coisa, aliás, acho que numa calcinha de camelô ela ficaria bem, mas fazer aquela mulher "normal" parecer uma deusa...isso sim, para mim, mostraria o poder da tal lingerie. Além do que é meio frustante ver uma calça exposta numa modelo com as pernas da Ana Hickman ou uma blusa numa modelo com a barriga da Gisele.


Com a ditadura da magreza veio também a busca excessiva pela perfeição. Como já disse, os cabelos que são exibidos na mídia têm uma perfeição computadorizada, a pele é quase a de uma animação gráfica, os dentes eternamente brancos, perfeitamente alinhados.


Mulheres hoje fazem cirugias até nas panturrilhas, antes só a barriga incomodava. Tem aplicação de botox pra todo lugar e as pessoas vão ficando cada vez mais parecidas e com as mesmas expressões, como moldadas na mesma forma. Me lembram uma certa boneca loira, alta, com cintura de poucos cm e um namorado sarado apelidado de Ken.


Não sou contra rituais de beleza, aliás sou bem vaidosa, entretanto acredito que cada um tem perfil próprio, cada um tem um tipo de beleza que pode ser realçada. Todos podemos melhorar e se cuidar faz um bem danado pra auto-estima, mas não podemos fazer da busca por um ideal estético quase inatingível o nosso objetivo de vida, é meio vazio, não?

Melhor é ser saudável, praticar esportes, rir muito, comer uma fruta, mas não ter medo de um chocolate, escovar o cabelo ou enrolá-lo em cachos, cuidar da pele, mas assumir algumas sardinhas e rugas, se sentir bonita num número diferente do 36, não ter medo de envelhecer, mas usar alguns recursos da ciência em favor próprio, sem obsessões...é bem mais "classudo", não?



domingo, dezembro 09, 2007

Na Farmácia

23h25 aproximadamente. Noite de domingo. Vêem-se poucos carros na rua. Imagino que, como eu, estão voltando para casa depois de um fim-de-semana feliz, pouco ansiando pelo retorno às obrigações da semana. Antes de ir para casa me preparar para a fatídica segunda feira, resolvi parar na farmácia e comprar um item ou outro do qual estava precisando e observei algumas coisas que, talvez, valham uma pequena atualização do blog.

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As farmácias de hoje são praticamente lojas de conveniência. Ou talvez até melhores. Em qual loja de conveniências você entra para comprar um pacote de absorventes, por exemplo, e encontra, logo do lado, um pacote de calcinhas de algodão sem costura? E qual mulher vai resistir a um item desses? Calcinha sem costura é a coisa mas confortável do mundo e, venhamos e convenhamos, mulher está sempre precisando de calcinha por esse ou aquele motivo.

Além do mais, isso estimula a dar uma voltinha na loja, com calma, ver o que mais tem. E olhe que tem coisa! De desodorante à perfume. De band-aids à protetores auriculares e até mesmo rolos de EVA. Mas protetor solar labial tá em falta, né?

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Muito solícitos os atendentes da farmácia, sempre perguntando se queremos ajuda para algo. Havia uma mulher na seção de camisinhas e dois aproximaram-se com a famosa: "Quer ajuda?" (Não ao mesmo tempo, pelo menos isso).

Quando um homem estava lá, comparando marcas e preços, nenhum dos dois atendentes se aproximou. E se ele quisesse saber se a camisinha extra-fina era também extra-lubrificada ou era melhor levar algo mais para acompanhar?

***

Fugindo da farmácia e entrando no mundo das camisas-de-vênus (Õ.o), será que uma camisinha "dry" é realmente uma boa opção? Aliás, será que alguém REALMENTE encara isso como opção?!

Fui pesquisar à respeito e vi que essas camisinhas são utilizadas para exames médicos. Ah tá. Mas a lubrificação externa ainda é necessária.

Não tem ninguém me pagando para eu continuar explicando função de cada tipo de camisinha, então deixo os sites para que vocês confiram por si sós.

Jontex Bastante diversificado
Blowtex O mais cheio de coisas. É também a marca com maior variedade.
Inal Produz as camisinhas Microtex, Lovetex e Olla.

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Quando entrei, a fila era pequena. Dois caixas funcionando, duas pessoas numa fila, uma noutra. Ótimo! Posso fazer minhas comprinhas noturnas sem grandes problemas ou transtornos. Ao me dirigir ao caixa vejo 6 pessoas numa fila e 8 noutra.

O que leva alguém a sair do conforto do seu lar e ir para uma farmácia nos últimos minutos de um domingo?

Ah, é. Provavelmente estão ali pelo mesmo motivo que eu. Quem sabe nem chegaram a ver o tal conforto do lar ainda. Bem, olho para uma fila. Dois homens, um velho, uma senhora cheia de coisas, outro velho... Na outra havia uma senhora cheeeeia de coisas sendo atendida, um homem, uma mulher, outro homem, outra mulher... Algo me diz que é melhor ficar na segunda fila e para lá me dirijo, enquanto a primeira aumenta.

Quando vejo, os dois homens à minha frente estão com fraldas e mais uma ou duas coisas. As mulheres carregam apenas suas bolsas. Ótimo! Escolhi a fila certa! Fila de casal é ótimo, quando se nota que apenas uma pessoa está na fila "de verdade", a outra está apenas sendo solidária e fazendo companhia. Principalmente porque poucas pessoas notam que a fila de casal é uma fila de casal e o número de compradores pode ser reduzido pela metade.

sexta-feira, dezembro 07, 2007

Imposto sobre Beleza


Imposto sobre beleza
por Mônica Vitória

Um escritor argentino está defendendo uma idéia polêmica e curiosa: quer que as pessoas consideradas muito bonitas paguem imposto! Segundo Gonzalo Otálora, a cobrança compensaria o sofrimento daqueles que não foram contemplados pela natureza com um belo semblante ou um corpo escultural.

O escritor afirma que as pessoas comumente chamadas de "feias" não usufruem dos mesmos direitos que os mais bonitos e que são prejudicadas pela sociedade. A campanha de Otálora critica o enorme culto à beleza que há na Argentina. Seu livro, intitulado "Feio", relata os preconceitos dos quais ele mesmo foi vítima durante sua vida.

Imaginem se a moda pega no Brasil... Um domingo de sol na praia seria o suficiente para denunciar os sonegadores!

Dizem que beleza não põe mesa, mas se dependesse dessa campanha, ela ia esvaziar os bolsos de muita gente...

Notícia de O Globo.


Pois é. Copiei essa matéria na íntegra do site Bolsa de Mulher (que eu indico, inclusive) e li o "original" do Globo e, sinceramente, achei um absurdo. O autor diz que sofreu preonceitos por ser feio e acredita que quem é bonito deveria pagar imposto.

Aí entram os questionamentos: o que é ser bonito? Como se pode classificar alguém como bonito ou não, se os gostos são os mais diversos possíveis? Para que tal imposto pudesse ser aplicado, deveria ser criado um padrão, que não seria justo. Principalmente porque teria que ser baseado no gosto de alguém, que já é diferente do de outra pessoa. O que você acha bonito eu posso não achar, e vice-versa.

As pessoas consideradas bonitas têm alguma culpa disso? Ou tem alguma culpa sobre a feiúra alheia? Será que não é simplesmente uma questão de auto-estima? Tenho uma amiga que é baixinha, 1,55m. Cabelos loiros cacheados, olhos castanhos e tem seios pequenos. O padrão de beleza imposto pela mídia não é esse, é o de mulheres altas, magérrimas, com seios grandes (é a moda da vez), cabelos lisos e que mudam de cor a cada estação. No entanto essa minha amiga é feliz da vida. Vai à academia e trabalha seus pontos fortes, cuida muito bem dos cachinhos dela e não conheço um cara que não diga que ela é linda ou, no mínimo, muito bonita. Tenho amigos que se encantaram por uma conhecida minha que está acima do peso - condição génetica. Ela se cuida, é elegante, faz academia, dança, sabe o que usar para valorizar suas qualidades. No entanto tem outra pessoa que conheço que tinha um lindo cabelo castanho e pintou, agora está todo ressecado; tem um formato de rosto muito bonito, mas que está desvalorizado por causa do cabelo e pelo excesso de peso, que também tirou atributos do corpo dela.


Quem não nasceu igual à Ana Hickman não precia enfiar pinos entre os ossos para ficar com 1,80m de altura, deixar de comer para deixar os ossos à mostra, gastar fortunas com lentes de contato azul e rios de dinheiro (sem falar no tempo) para manter o cabelo lindo, liso e loiro.

Deve, sim, fazer um exercíciozinho físico, dar uma voltinha na praia ou na praça durante o dia e aproveitar que tomar sol moderadamente faz um bem danado, cuidar do que tem, valorizar os pontos fortes, não tentar a todo custo parecer algo que não é. É isso, dentre outras coisas, que vai fazer com que cada um se sinta bem consigo mesmo e, pra melhorar, se sinta bonito.

Claro que é um absurdo o preconceito, seja lá porque é feio, bonito, branco, preto, azul, verde-com-bolinhas-cor-de-rosa... (E obrigar alguém a pagar imposto porque foi favorecido pela genética não seria também preconceito?)

Além do mais, como é que isso iria ser cobrado? "Ah, você é alto, vai pagar R$10. Além de tudo é malhado, tem que pagar metade do que gasta com academia. Xi, que sorriso bonito, branquinho! Vão uns R$50 aí. Por cada dente. Quer dizer que você corta as unhas com freqüência, usa produtos condizentes com seu tipo de cabelo e sabe se vestir? Ah, eu sinto muito, mas acho melhor você desistir de comprar um carro. Por uns dez anos."

No site do jornal, o autor fala que o ambiente escolar deve desestimular o preconceito com as pessoas feias. Isso não é da escola, é da educação de cada um dos alunos. Dos pais dos alunos, que abdicaram da educação das crianças, jogando a responsabilidade para outros meios. No caso dos desfiles, o que está sendo exposto ali não é uma pessoa, é a roupa. A pessoa não passa de um cabide. Não vou entrar em maiores detalhes, que isso dá material para um outro texto.

Quando ao sr. Feio (escritor argentino Gonzalo Otálora), ele diz que aprendeu a gostar de si mesmo e leva a vida com bom humor. Ele deveria, então, ser condizente com as próprias palavras e gastar o tempo dele com algo menos inútil. Não é por aí que se vai combater o culto (ridículo, eu concordo) à beleza.

segunda-feira, dezembro 03, 2007

Minha Amiga Vai Casar

Sim, a informação no título é verdadeira. E ela me espanta, mas não é disso que vou falar.

Ela tem 19 anos, está no segundo ano de um curso universitário que dura 4 anos e meio e não tem emprego. Isso faz com que eu me espante com o noivado, mas não é esse o assunto de hoje.

Ela vive uma situação complicada em casa, com um padrasto meio "pinél" e faria bem em ir morar só, isso me faz apoiar a decisão do casal. Mas ainda não é o motivo dessa postagem.

O casório está marcado para 2010, provavelmente em abril e ontem estávamos conversando sobre esse assunto e sobre um Manual da Noiva da década de 50 (que é ridículo, mas deve render umas boas risadas). A moça já desenhou o vestido, já planejou o buquê, já está pensando na cerimônia, na festa e em outros pormenores do gênero.

Dei uma pausa nas minhas atividades acadêmicas (que me fizeram faltar o estágio hoje)e, aproveitando a folga e a hora do lanchinho, fui dar uma pesquisada nessa história de noivado, casamento e etc. Apesar de bonitinho (em termos), cheguei à conclusão de que o noivado como é feito é meio... inútil.

Veja no que conssite o noivado: uma festa que reune a família da moça e do moço, na qual ele pede a mão da moça ao pai dela. Ou pior: o pai do rapaz pede a mão da moçoila ao pai dela. Acertado isso há uma troca de presentes muito intrincada que eu não consegui decorar e os pais da noiva oferecem um jantar à família do noivo, ao qual os pais do noivo devem retribuir. Durante esses jantares o noivo deve fazer discursos de agradecimento à noiva e aos pais da noiva, discursos esses que também devem ser retribuídos.

A partir de então a noiva ganha mais liberdade com o noivo, podendo freqüentar a casa dele e os pais (da noiva e do noivo) ficam oficialmente se conhecendo.

Me diga se um negócio desses faz sentido atualmente? Difícil é ver um casal que se mantenha "puro, santo e casto" (até porque não teria graça nenhuma e seria um belo desperdício de tempo). O relacionamento entre pais deveria se dar naturalmente. É fato: uma hora eles vão se conhecer e vão conviver, nem que seja só nas festas de aniversário. E depois, para que toda essa formalidade de discursos e "blá blá blá"?

Não seria muito mais bonitinho um belo dia os dois saírem pra jantar num lugar legal e o cara (ou a mulher, tanto faz) propor o noivado, assim, bem na intimidade? E dali os dois irem comemorar a sós e já saírem com data de casamento marcada? Sem drama, choro, burocracia e ninguém metendo a colherinha no relacionamento alheio.

Um amigo meu costumava dizer que noivar era assumir pro pai da noiva que "tá comendo" (para usar o termo original). Não que seja grande novidade, mas quanto mais desconforto a ser evitado, melhor.

Estou tentando levantar o Membrana Seletiva. Fazia tempo que não escrevia, tá na hora de desenferrujar as juntas.