Nostalgia?

A coisa mais estranha me aconteceu: senti, por um momento, uma leve saudade do ensino médio. Quando eu imaginava que isso ia acontecer? Nunca!

Dia 27 de janeiro soube que passei no vestibular para a UFPB e tive a certeza de que ficaria, para sempre, livre do ensino médio, dos professores, das aulas intermináveis, da horrível e desconfortável calça de helanca, de olhar nuvens pela brechinha da janela e ver dragões, patos e o trenó do Papai Noel, sem Papai Noel e sem rena.


Aí hoje eu acho uma comunidade de um professor que eu adoro e que me deu aula nos últimos dois anos. Bateu aquela sensação estranha. Culpa da memória seletiva. Lembrei dele ao invés do infeliz do professor de química. Lembrei de uns grudes que tinha (meninas de colégio sempre tem grudes com outras), mas não lembrei das divergências, dos pensamentos opostos, das personalidades que batiam de frente, das marias-vai-com-as-outras.

Ao passar para o estágio seguinte, tive certeza de que aqueles anos de pré-vestibulanda foram horríveis.

Engraçado... ao terminar o fundamental e iniciar o 1º ano do ensino médio, tive quase a mesma certeza, no entanto morro de saudades de ser bobinha, de pagar o mico que eu quisesse, porque tinha apenas 13 anos, de não precisar me preocupar em estudar muito.

A gente passa por cada uma, mete a cara na parede, chora de se acabar, entra nuns bequinhos sem saída infelizes pra no final vir esse sentimento de nostalgia, essa saudadezinha leve. Oras! Deos-me-livre de ter que passar por tudo aquilo de novo! Imagina! Eu como um prato de beringela antes de me sentar pra estudar física!

Mas acontece. Nostalgia acontece. Saudades das coisinhas boas e total esquecimento das não tão boas acontecem. É bom relembrar um pouquinho, reviver aquela conversa com uma amiga que hoje já não é mais a mesma, lembrar de quem você era, porque já não é mais igual.

Depois, é deixar a memória voltar para o cantinho dela no cérebro e prosseguir. Museu a gente visita de vez em quando, aprende algo se tiver o que aprender e depois vai embora.