quarta-feira, janeiro 31, 2007

Black-Music-seiláoquê X Funk



Vermelho, vermelho cereja, vermelho morango, corselete vermelho, unhas vermelhas, lençóis de seda vermelhos, vermelho fogo, vermelho sangue, vermelho.



Certas pessoas “se jogam” na pista da boate ao som de músicas como “Don’t Cha” e “Buttons” de Pussycat Dolls, “My Humps” do Black Eyed Peas e “Candy Sop” do 50 Cent, mas saem correndo se o Dj quiser “brincar” e colocar nas pick-ups algo como “Boladona” da Taty Quebra Barraco ou “Vacilão” da Perla... “Ai eu odeio funk, as letras são fúteis e baixas...isso é coisa de pobre".

Será mais uma vez aquele famoso preconceito pelo que é “nosso”? Será que só porque a letra é cantada em inglês as pessoas acham legal?

Muitas dessas músicas pop/black-sei-lá-o-quê têm letras com o teor bem mais “incorreto”, “carregado”, “baixo” “vazio” e afins que o das cantadas nos bailes cariocas...

Tenho uma música eletrônica no meu computador que se chama “Dirty Mary” (“hello, my name is Dirty Mary, your horny secretary...I'll be whatever you want me to be... I can be a motherfuckkin' slut …”), e aí? Não deixa muito funk no “chinelo”?

Não sou amante do funk, nem vou dizer que gosto de ouvir músicas chamando mulheres de “cachorra” – mesmo que muitas façam por merecer o apelido carinhoso, mas gosto do ritmo, gosto de música eletrônica e gosto de black-music-seiláoquê...essas musiquinhas pop também me agradam e, pra falar a verdade, é difícil algum estilo me desagradar por completo...escuto forró, rock, metal, samba...o que for...depende do momento. O que vale é a diversão.

Então penso que uma pessoa que está numa festa se divertindo e fazendo “altas coreografias” ao som de “my hump, my hump, my hump, my hump” e do nada sai correndo pra sentar porque começou um “tá dominado, tá tudo dominado” e não pode ser vista dançando “essas coisas de baile funk de periferia” estará sendo um pouco hipócrita ou não sabe nada de inglês e acha que Black Eyed Peas falava sobre preservar a natureza...

- devaneios enquanto ouvia "n" músicas no mp4 que salva o tédio de uma manhã no estágio.
- sim, eu respeito quem não gosta de pop, música eletrônica, black music...espero que esteja claro pra que "gênero de gente" vai o post.

8 comentários:

Fernanda Eggers disse...

Huahauhauahua!
Se esse povo parasse para ouvir o que a Fergie diz nessas músicas, acho que ficaria encabulado! =D
Ou Bottons de Pussycats. Pelamordedeus (ou melhor "Pelos bagos de deus!!!"), é difícil uma música tão "escrachada". E "Promiscuos" da chatinha Nely Furtado?

Eu não sou grande fã de Black Music, Funk nem nada, mas até gosto de Pop e Eletrônica; como você disse, tudo tem seu momento. E por mais que essas músicas não sejam exatamente pra ouvir, tem como não dar vontade de dançar ouvindo umas coisinhas mais animadas assim?

Fernanda Eggers disse...

E depois: você ri com essas músicas! Ahh... mas ri!!!

(Lembra das gargalhadas ouvindo "Dirty Mary", né? =D )

Fernanda Eggers disse...

Ah! Se eu tivesse visto teu texto, teria deixado o meu pra depois. É que o RSS não atualizou, ai só vi depois que publiquei o meu.

Vou parar de escrever 500 comentários, senão vc vai ficar decepcionada ao ver que transformei seu texto em bate papo! XD

Allana disse...

Pois é, por isso que eu escuto música emo e não tenho problema em admitir isso. :P

Ok, eu tenho problemas, mas isso são detalhes.

Anônimo disse...

"Eu e meus trutas andando pelo morrão, aparece os homi e eu meto bala naqueles cuzão!" "Oh-yeah, i got a fuckin' fast car full of chiks.. oh-yeah, i wanna fuck then'all!"

Eu vejo isso como diferença basica.. outra, querendo ou nao, black-music eh uma musica trabalhada.. tem uns graves roxs .. e eh bem melhor uns graves em harmonia do que uma chiadeira de vozes agudas e beat box mal feitos xB

Anônimo disse...

Respeito isso. Você critica a hipocrisia, e não o gosto. Por isso eu posso falar que acho ambas as músicas uma merda e sei que vou continuar viva. :D

Anônimo disse...

O que mais há no mundo são pessoas falando, usando e opinando sobre coisas que não têm a mínima idéia do que se trata.

Outro exemplo que vi no shopping foi uma camisa de manga comprida, branca, masculina, com dizeres semelhantes (não lembro exatamente).

Eu já tive vontade de fazer um teste... colocar em uma super camisa de uma marca "badalada" os dizeres "je suis un fils d'une chienne"... aposto que tem mané que compra com o maior orgulho.

Ivo Brunet disse...

O problema não é não dar valor o que é "nosso", e sim falso moralismo mesmo.
Só não diga que essas músicas internacionais citadas são mais escrachadas do que o funkão. Buttons por exemplo é uma música metafórica em comparação a maioria dos proibidão (como eles chamam).
Eu fui no funkão da bienal da Une há pouco mais de uma semana e não se pode comparar com essas letras por exemplo: "de quatro, de lado, por trás, mete tudo... eu vou gemer..." !